Ho’oponopono é uma técnica, meditação ou processo havaiano de arrependimento, perdão e transmutação desenvolvido por Kahuna Lapa’au Morrnah Nalamaku Simeona (1913–1992). O termo “Ho’oponopono” significa “reparar” ou “corrigir um erro”. De acordo com os antigos havaianos, a fonte do erro está em pensamentos contaminados por memórias dolorosas do passado ou traumas. A neurociência aponta que seres humanos são 95% regidos pelo inconsciente, onde habitam nossas memórias. E a prática havaiana oferece uma maneira de liberar a energia de pensamentos dolorosos ou erros do passado que podem causar desequilíbrio. O objetivo é ajudar as pessoas a entenderem seus problemas como memórias que se repetem no inconsciente e se libertarem delas. A técnica ficou famosa após o autor americano Joe Vitale descrever no livro ”Limite Zero” um fato curioso em que o terapeuta Dr. Ihaleakala Hew Len curou uma ala hospitalar cheia de criminosos perigosos com problemas mentais sem nunca ter atendido um paciente pessoalmente. Ele só usava a técnica de meditação do ho’oponopono nas fichas médicas que constavam os laudos clínicos de cada um — muitos deles com doenças psíquicas até então incuráveis.
Quando viemos ao mundo somos seres sem instrução e os nossos pais se encarregam de nos ensinar. Obviamente, eles acabam nos ensinando o que acreditam ser certo e o que nos deixaria mais preparados para viver os desafios da vida. E assim aprendemos que “o dinheiro é sujo”, que “a vida é uma luta”, “que a vida é difícil”, às vezes até mesmo “que você não é inteligente o bastante”, “que você é feio(a)”, “que devemos parar de sonhar”. Todos esses ensinamentos ficam armazenados no nosso inconsciente, porque nós os interiorizamos como verdades. É aí que entra o ho’oponopono: ele limpa memórias que nos desconectam da nossa saúde física, financeira, da paz, harmonia e felicidade que deveríamos estar vivenciando. Ele cura essas memórias, esses obstáculos mentais conhecidos pela física quântica como crenças limitantes. E, após essa limpeza, conseguimos nos conectar com o Divino que existe dentro de cada um de nós e vivermos o presente em sua plenitude — sem elos com o passado. O Dr. Hew Len diz que tudo o que acontece conosco é resultado de nossas memórias.
A indicação é mentalizar ou falar o ho’oponopono sempre que constatarmos algo desagradável em nossas vidas. E isso não está ligado a nenhum ritual religioso, então não é necessária nenhuma posição específica para fazer a meditação. Basta apenas repeti-las mentalmente ou vocalmente, até se sentir melhor e livre daquele pensamento. Podemos fazer o ho’oponopono quando percebermos sentimentos como medo e ansiedade, por exemplo. Basta dizer: “medo abençoado, sinto muito, por favor, me perdoe, eu te amo, sou grato(a)”. E por que abençoar o medo ou a ansiedade? Simplesmente, porque só curamos algo quando o acolhemos com amor. Então acolhemos o medo, a ansiedade e qualquer sentimento do tipo para nos curarmos reconhecendo que esse sentimento está vindo à tona. Porque ele é uma memória que está se revelando para ser limpada da sua vida. A mesma forma pode ser feita quando alguém estiver com dificuldades financeiras: “dinheiro abençoado, sinto muito, por favor, me perdoe, eu te amo, sou grato”. Quando repetimos essas frases, limpamos memórias e crenças de que o dinheiro é sujo, que só traz sofrimento, entre outras.
Cada um pode repetir as frases quantas vezes quiser e da forma que lhe gerar melhores resultados, de acordo com as suas necessidade e bem-estar. Para os mais espiritualizados, é indicado que as quatro frases (“sinto muito”, “por favor, me perdoe”,”eu te amo” e ”sou grato)” sejam repetidas 108 vezes. Isso porque 108 é um número considerado sagrado e que potencializa o resultado do ho’oponopono. Tanto que existe o japamala, colar de bolinhas semelhante ao terço católico, com 108 contas. É até possível encontrar o japamala na versão aplicativo para smartphones. Você pode fazer o ho’oponopono para outras pessoas, mas primeiramente é indicado que o ho’oponopono seja feito para você mesmo. Diga seu próprio nome antes das frases, por exemplo: “Ana Carla, sinto muito, por favor, me perdoe, eu te amo, eterna gratidão”.
Existe uma adaptação, que tem como base um ensinamento de Gregg Braden, físico e autor americano da Nova Era. No livro “Segredos de Um Modo Antigo de Rezar” ele explica que quando abençoamos algo nós o curamos — porque imediatamente tiramos nossos julgamentos. Então a prática pode ser repetida da seguinte forma: “Ana Carla abençoada, sinto muito, por favor, me perdoe, eu te amo, eterna gratidão”.
“Sinto muito”: nesta frase assumimos responsabilidades sobre a nossa situação atual, reconhecemos que algo (físico, mental ou emocional) aconteceu no passado e se firmou na memória. Esse reconhecimento mostra que a pessoa está preparada para a mudança necessária e tão almejada.
“Me Perdoe”: quando pedimos perdão, pedimos perdão a nós mesmos e ao Criador para nos ajudar a nos perdoarmos por essas memórias que se repetem em nosso sistema. Desta forma, obtemos a libertação do meu problema.
“Eu te amo”: não há nada mais potente que magnetizarmos o amor para permiti-lo que retorne a nós. Quando dizemos “eu te amo”, dizemos que amamos nossas memórias e que somos gratos por podermos libertar a elas e a nós mesmos. O amor é a nossa melhor forma de reconexão com o Divino e de transformação de toda energia bloqueada.
“Sou grato”: a gratidão é sinônimo de fechamento de ciclos e de certeza e confiança na ação do Criador, independente de como você o identifique. Devemos ser gratos por nosso subconsciente dar oportunidades de limpar e curarmos memórias.